terça-feira, 23 de outubro de 2012

Prólogo de Hannah Arendt

Back! De volta ao meu amorzinho de blog...

E para eu ficar feliz com essa volta começo com o texto mais lindo da noite de hoje!
O Prólogo de "A condição Humana" de Hannah Arendt. É simplesmente um texto brilhante! Escrito em 1958. Vale a pena ler, a linguagem é fácil e a reflexão é maravilhosa!


Hannah Arendt
A condição humana
Prólogo
 Em 1957, um objeto terrestre, feito pela mão do homem, foi lançado ao universo, onde durante algumas semanas girou em torno da Terra segundo as mesmas leis de gravitação que governam o movimento dos corpos celestes — o Sol, a Lua e as estrelas. É verdade que o satélite artificial não era nem lua nem estrela; não era um corpo celeste que pudesse prosseguir em sua órbita circular por um período de tempo que para nós, mortais limitados ao tempo da Terra, durasse uma eternidade. Ainda assim, pôde permanecer nos céus durante algum tempo; e lá ficou, movendo-se no convivia dos astros como se estes o houvessem provisoriamente admitido em sua sublime companhia.

Este evento, que em importância ultrapassa todos os outros, até mesmo a desintegração do átomo, teria sido saudado com a mais pura alegria não fossem as suas incomodas circunstâncias militares e políticas. O curioso, porém, é que essa alegria não foi triunfal; o que encheu o coração dos homens que, agora, ao erguer os olhos para os céus, podiam contemplar uma de suas obras, não foi orgulho nem assombro ante a enormidade da força e da proficiência humanas. A reação imediata, expressa espontaneamente, foi alívio ante o primeiro «passo para libertar o homem de sua prisão na terra». E essa estranha declaração, longe de ter sido o lapso acidental de algum repórter norte-americano, refletia, sem o saber, as extraordinárias palavras gravadas há mais de vinte anos no obelisco fúnebre de um dos grandes cientistas da Rússia: «A humanidade não permanecerá para sempre presa à terra».

Há já algum tempo este tipo de sentimento vem-se tornando comum; e mostra que, em toda parte, os homens não tardam a adaptar-se às descobertas da ciência e aos feitos da técnica, mas, ao contrário, estão décadas à sua frente. Neste caso, como em outros, a ciência apenas realizou e afirmou aquilo que os homens haviam antecipado em sonhos — sonhos que não eram loucos nem ociosos. A novidade foi apenas que um dos jornais mais respeitáveis dos Estados Unidos levou finalmente à primeira página aquilo que, até então, estivera relegado ao reino da literatura de ficção cientifica, tão destituída de respeitabilidade (e à qual, infelizmente, ninguém deu até agora a atenção que merece como veiculo dos sentimentos e desejos das massas). A banalidade da declaração não deve obscurecer o fato de quão extraordinária ela é, pois embora os cristãos tenham chamado esta terra de «vale de lágrimas» e os filósofos tenham visto o próprio corpo do homem como a prisão da mente e da alma, ninguém na história da humanidade jamais havia concebido a terra como prisão para o corpo dos homens nem demonstrado tanto desejo de ir, literalmente, daqui à Lua. Devem a emancipação e a secularização da era moderna, que tiveram início com um afastamento, não necessariamente de Deus, mas de um deus que era o Pai dos homens no céu, terminar com um repúdio ainda mais funesto de uma terra que era a Mãe de todos os seres vivos sob o firmamento?

A Terra é a própria quintessência da condição humana e, ao que sabemos, sua natureza pode ser singular no universo, a única capaz de oferecer aos seres humanos um habitat no qual eles podem mover-se e respirar sem esforço nem artifício. O mundo — artifício humano — separa a existência do homem de todo ambiente meramente animal; mas a vida, em si, permanece fora desse mundo artificial, e através da vida o homem permanece ligado a todos os outros organismos vivos. Recentemente, a ciência vem-se esforçando por tornar «artificial» a própria vida, por cortar o último laço que faz do próprio homem um filho da natureza. O mesmo desejo de fugir da prisão terrena manifesta-se na tentativa de criar a vida numa proveta, no desejo de misturar, «sob o microscópio, o plasma seminal congelado de pessoas comprovadamente capazes a fim de produzir seres humanos superiores» e «alterar (-lhes) o tamanho, a forma e a função»; e talvez o desejo de fugir à condição humana esteja presente na esperança de prolongar a duração da vida humana para além do limite dos cem anos.

Esse homem futuro, que segundo os cientistas será produzido em menos de um século, parece motivado por uma rebelião contra a existência humana tal como nos foi dada — um dom gratuito vindo do nada (secularmente falando), que ele deseja trocar, por assim dizer, por algo produzido por ele mesmo. Não há razão para duvidar de que sejamos capazes de realizar essa troca, tal como não há motivo para duvidar de nossa atual capacidade de destruir toda a vida orgânica da Terra. A questão é apenas se desejamos usar nessa direção nosso novo conhecimento científico e técnico — e esta questão não pode ser resolvida por meios científicos: é uma questão política de primeira grandeza, e portanto não deve ser decidida por cientistas profissionais nem por políticos profissionais.

Embora tais possibilidades pertençam ainda a um futuro muito remoto, os primeiros efeitos colaterais dos grandes triunfos da ciência já se fizeram sentir sob a forma de uma crise dentro das próprias ciências naturais. O problema tem a ver com o fato de que as «verdades» da moderna visão científica do mundo, embora possam ser demonstradas em fórmulas matemáticas e comprovadas pela tecnologia, já não se prestam à expressão normal da fala e do raciocínio. Quem quer que procure falar conceitual e coerentemente dessas «verdades», emitirá frases que serão «talvez não tão desprovidas de significado como um 'circulo triangular', mas muito mais absurdas que 'um leão alado'» (Erwin Schrodinger). Ainda não sabemos se esta situação é definitiva; mas pode vir a suceder que nós, criaturas humanas que nos pusemos a agir como habitantes do universo, jamais cheguemos a compreender, isto é, a pensar e a falar sobre aquilo que, no entanto, somos capazes de fazer. Neste caso, seria como se o nosso cérebro, condição material e física do pensamento, não pudesse acompanhar o que fazemos, de modo que, de agora em diante, necessitaríamos realmente de máquinas que pensassem e falassem por nós. Se realmente for comprovado esse divórcio definitivo entre o conhecimento (no sentido moderno de know-how) e o pensamento, então passaremos, sem dúvida, à condição de escravos indefesos, não tanto de nossas máquinas quanto de nosso know-how, criaturas desprovidas de raciocínio, à mercê de qualquer engenhoca tecnicamente possível, por mais mortífera que seja.

Contudo, mesmo que deixemos de lado estas últimas e ainda incertas conseqüências, a situação criada pelas ciências tem grande significado político. Sempre que a relevância do discurso entra em jogo, a questão torna-se política por definição, pois é o discurso que faz do homem um ser político. Mas, a seguirmos o conselho, que ouvimos com tanta frequência, de ajustar nossas atitudes culturais ao estado atual de realização científica, adotaríamos sem dúvida um modo de vida no qual o discurso não teria sentido. Pois atualmente as ciências são forçadas a adorar uma «linguagem» de símbolos matemáticos que, embora originalmente destinada a abreviar afirmações enunciadas, contém agora afirmações que de modo algum podem ser reconvertidas em palavras. O motivo pelo qual talvez seja prudente duvidar do julgamento político de cientistas enquanto cientistas não é, em primeiro lugar, a sua falta de «caráter» — o fato de não se terem recusado a criar armas atômicas — nem a sua ingenuidade — o fato de não terem compreendido que, uma vez criadas tais armas, eles seriam os últimos a ser consultados quanto ao seu emprego —, mas precisamente o fato de que habitam um mundo no qual as palavras perderam o seu poder. E tudo o que os homens fazem, sabem ou experimentam só tem sentido na medida em que pode ser discutido. Haverá talvez verdades que ficam além da linguagem e que podem ser de grande relevância para o homem no singular, isto é, para o homem que, seja o que for, não é um ser político. Mas os homens no plural, isto é, os homens que vivem e se movem e agem neste mundo, só podem experimentar o significado das coisas por poderem falar e ser inteligíveis entre si e consigo mesmos.

Mais próximo e talvez igualmente decisivo é outro evento não menos ameaçador: o advento da automação, que dentro de algumas décadas provavelmente esvaziara as fábricas e libertará a humanidade do seu fardo mais antigo e mais natural, o fardo do trabalho e da sujeição à necessidade. Mais uma vez, trata-se de um aspecto fundamental da condição humana; mas a rebelião contra esse aspecto, o desejo de libertação das «fadigas e penas» do trabalho é tão antigo quanto a história de que se tem registro. Por si, a isenção do trabalho não é novidade: já foi um dos mais arraigados privilégios de uma minoria. Neste segundo caso, parece que o progresso científico e as conquistas da técnica serviram apenas para a realização de algo com que todas as eras anteriores sonharam e nenhuma pôde realizar.

Mas isto é assim apenas na aparência. A era moderna trouxe consigo a glorificação teórica do trabalho, e resultou na transformação efetiva de toda a sociedade em uma sociedade operária. Assim, a realização do desejo, como sucede nos contos de fadas, chega num instante em que só pode ser contraproducente. A sociedade que está para ser libertada dos grilhões do trabalho é uma sociedade de trabalhadores, uma sociedade que já não conhece aquelas outras atividades superiores e mais importantes em beneficio das quais valeria a pena conquistar essa liberdade. Dentro desta sociedade, que é igualitário porque é próprio do trabalho nivelar os homens, já não existem classes nem uma aristocracia de natureza política ou espiritual da qual pudesse ressurgir a restauração das outras capacidades do homem. Até mesmo presidentes, reis e primeiros-ministros concebem seus cargos como tarefas necessárias à vida da sociedade; e, entre os intelectuais, somente alguns indivíduos isolados consideram ainda o que fazem em termos de trabalho, e não como meio de ganhar o próprio sustento. O que se nos depara, portanto, é a possibilidade de uma sociedade de trabalhadores sem trabalho, isto é, sem a única atividade que lhes resta. Certamente nada poderia ser pior.

Este livro não oferece resposta a estas preocupações e perplexidades. Respostas são dadas diariamente no âmbito da política prática, sujeitas ao acordo de muitos; jamais poderiam se basear em considerações teóricas ou na opinião de uma só pessoa, como se se tratasse de problemas para os quais só existe uma solução possível. O que proponho nas páginas que se seguem é uma reconsideração da condição humana à luz de nossas mais novas experiências e nossos temores mais recentes. É óbvio que isto requer reflexão; e a irreflexão — a imprudência temerária ou a irremediável confusão ou a repetição complacente de «verdades» que se tornaram triviais e vazias — parece ser uma das principais características do nosso tempo. O que proponho, portanto, é muito simples: trata-se apenas de refletir sobre o que estamos fazendo.

«O que estamos fazendo» é, na verdade, o tema central deste livro, que aborda somente as manifestações mais elementares da condição humana, aquelas atividades que tradicionalmente, e também segundo a opinião corrente, estão ao alcance de todo ser humano. Por esta e outras razões, a mais alta e talvez a mais pura atividade de que os homens são capazes — a atividade de pensar — não se inclui nas atuais considerações. Sistematicamente, portanto, o livro limita-se a uma discussão do labor, do trabalho e da ação, que constituem os três capítulos centrais. Historicamente, abordo a era moderna em um último capitulo e, no decorrer de todo o livro, as várias constelações dentro da hierarquia de atividades, tais como as conhecemos através da história do Ocidente.

Contudo, a era moderna não coincide com o mundo moderno. Cientificamente, a era moderna começou no século XVII e terminou no limiar do século XX; politicamente, o mundo moderno em que vivemos surgiu com as primeiras explosões atômicas. Não discuto este mundo moderno que constitui o fundo sobre o qual este livro foi escrito. Limito-me, de um lado, a uma análise daquelas capacidades humanas gerais decorrentes da condição humana, e que são permanentes, isto é, que não podem ser irremediavelmente perdidas enquanto não mude a própria condição humana. Por outro lado, a finalidade da análise histórica é pesquisar as origens da alienação no mundo moderno, o seu duplo vôo da Terra para o universo e do mundo para dentro do homem, a fim de que possamos chegar a uma compreensão da natureza da sociedade, tal como esta evoluíra e se apresentava no instante em que foi suplantada pelo advento de uma era nova e desconhecida.



Intervenção em Paris

De volta ao blog!

Vejam a intervenção artística que eu e Diogo fizemos no Louvre, em Paris.
A obra é do meu tio Luís Mora! 
E sabe que eu gostei dessa ideia de intervenção! Vamos intervir!

Acompanhem no blog dele:



http://escultar.blogspot.com.br/2012/10/blog-post.html

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Fast vida

Vida fast food

Fast emocional+fast espiritual+fast filosofal
Para quê aproveitar o agora- o tudo que tenho, se posso fazer mil coisas ao mesmo tempo?
Sem ler a obra a fundo, eu vivo correndo pelo mundo
Trocando minhas tecnologias,
Adquirindo novas falas,
Vestindo o novo estilo porque daqui a pouco chega outro
Consumindo as novas tendências, comprando os novos discursos
Eu sou um parasita desse mundo
Entro dentro do jogo e me torno um participante
Meu papel é incorporar as novas atitudes e as últimas modas
Coloco no meu corpo e tiro do meu corpo
São tantas coisas para incorporar
Eu não sou eu
Me padronizo e me generalizo
Melhor não opinar, basta comprar.
Compro tanto que me torno um ser volúvel,
O que eu gosto é o que você gosta
E assim, descartável, eu sou um fast-homem
Me fabricam e eu aceito a fabricação.
Sou passiva na fast-vida.

Nath P.

Liberté


"Somente quem tem o caos dentro de si pode dar à luz uma estrela bailarina." (Nietzsche)

domingo, 23 de outubro de 2011

ESTÁ TUDO BEM!

O Brasil não é ruim

ANDRÉ SANT'ANNA
ESPECIAL PARA A FOLHA


Os deputados brasileiros não são vagabundos, não ganham quase R$ 25 mil por mês mais uma série de ajudas de custo como passagens aéreas, casa, comida, roupa lavada etc., não passam só três dias da semana em Brasília, onde não atuam somente em causa própria, comprando e vendendo favores e outras paradas que não os tornam cada vez mais ricos ilicitamente.
Eles não ganham o 13º terceiro, o 14º quarto e o 15º salários e não têm direito a dois meses de férias e mais uma série de recessos por ano. A aposentadoria dos congressistas brasileiros, depois de quatro anos não trabalhando exclusivamente em próprio benefício, não é muito, mas não é muito mesmo maior do que a aposentadoria de qualquer pessoa que trabalhe em algo útil para a sociedade. Afinal, os legisladores brasileiros não têm o direito de decidir o valor do próprio salário, nem a própria aposentadoria.
Deputados, senadores, governadores, prefeitos, vereadores, empresários, sindicalistas, policiais, juízes brasileiros não são criminosos, já que não foram filmados, em flagrante, recebendo dinheiro, colocando dinheiro na meia, na cueca, na mala-preta.
O dinheiro que eles não roubaram na cara de todo mundo, que não foi mostrado na televisão para quem não quisesse ver, não era dinheiro público que não serviria para melhorar a saúde e a educação de verdade, que não serviria para salvar do crack, da bandidagem, da prostituição infantil, da escravidão que não existe no Brasil, da indignidade mais indigna, as crianças brasileiras mais pobres, que não são ameaçadas o tempo todo pela sociedade brasileira, que não está cada vez mais violenta, que não está cada vez mais fissurada para linchar criancinhas pobres, crucificar o Cristo e botar o Padilha e o Capitão Nascimento, que não são fascistas, para espancar os maconheiros de Ipanema.
A esmagadora maioria dos congressistas brasileiros não é corrupta, já que, quando uma deputada, que não foi filmada em flagrante, não recebendo dinheiro de corrupção, que não é filha de um político vencedor de várias eleições, já que não costumava comprar votos, já que não costumava receber dinheiro de sonegação de impostos para não financiar campanhas eleitorais em troca de obras públicas que não são superfaturadas, é julgada por falta de decoro parlamentar, por não ser filmada recebendo dinheiro de corrupção, não é inocentada, já que a maioria dos congressistas brasileiros não tem rabo preso e não têm medo de também sofrerem algum processo, caso algum colega corrupto seja preso de verdade e resolva não entregar quase o Congresso inteiro, já que quase o Congresso inteiro não convive cinicamente com todo tipo de corrupção.
Aliás, todo mundo não sabe como não são financiadas as campanhas eleitorais no Brasil e nem como o Executivo não é obrigado a comprar boa parte do Legislativo para não conseguir governar ou sequer para não aprovar uma lei importante que não resolva problemas que não são importantes para o Brasil e para as crianças pobres que, obviamente, não acabam se tornando adolescentes e adultos ignorantes, violentos e primitivos.
O povo brasileiro não tem orgulho da própria ignorância, não está acometido por um excesso de autoestima, já que, nos últimos anos, governo, fabricantes de comida gordurosa e locutores esportivos da televisão não ficam o tempo todo lançando mensagens subliminares ou diretas mesmo, não dizendo que o brasileiro é um ser superior, que basta ser brasileiro para conseguir superar qualquer obstáculo através de seu fabuloso jogo de cintura.
Sim, não há uma quantidade enorme de crianças brasileiras pobres, no inverno, dormindo na rua, já que, criança pobre, dormindo na rua, fumando crack, é coisa de país pobre, de país que deve dinheiro ao FMI, de país muito primitivo, de país que não tem a menor condição de fazer parte do Conselho de Segurança da ONU, de país onde seria impossível realizar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada em seguida.
Por falar nisso, as obras para a Copa e a Olimpíada não são uma excelente fonte de renda para políticos que não são corruptos. Óbvio que não há superfaturamentos, caixa dois, nem utilização de dinheiro público em obras privadas. Inclusive o ministro do Esporte não é do mesmo partido que o deputado responsável pelo novo Código Florestal. E a aliança entre comunistas e ruralistas para não perdoar desmatadores e não abrir precedentes para mais desmatamento não é historicamente esdrúxula. Claro, a questão da Amazônia não tem importância estratégica, militar, econômica ou social para o Brasil.
A Amazônia não vai ser toda desmatada.
No Brasil, meninas com 15 anos de idade não são colocadas em celas de prisão, para serem estupradas pelos presos.
E aquele pretinho de 7 anos de idade, que não dorme debaixo do caixa eletrônico da sua rua, quando tiver 15 anos, não vai se tornar um adolescente perigoso, não vai cometer crimes e não vai ser violento com suas vítimas.
Por isso que o Brasil é bom.

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/994139-o-brasil-nao-e-ruim.shtml

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

MAIS DO MESMO

Recentemente, a propaganda da Hope com a Gisele Bunchen causou muita polêmica. O que pensar sobre isso? É sexista? Ofende? Não se passa de uma brincadeira? O que eu mais acredito é que cada um tem sua opinião e suas razões para tal. Também, o caso Rafinha Bastos e suas lamentáveis declarações sobre mulheres gerou o que falar. Eu tenho minhas dores e minhas opiniões, mas o que me interessa mais ainda é saber o que diferentes pessoas pensam e argumentam sobre isso; homens, mulheres, estudantes, professores, jornalistas, etc. Ai vai o resultado de uma produção escrita sobre igualdade de gêneros que meu aluno desenvolveu. Claro que ele não ia perder a oportunidade de incluir essa polêmica toda e atualizar sua redação. Ai vai:

Ouvidas de Lingerie – Tiago César.
                Não é de hoje que a mídia usa o seu poder para persuadir, vender, conquistar e manipular o público. Assim, os preconceitos presentes na sociedade acabam por sua vez nos meios midiáticos, como é o caso das representações sexistas, reflexos do machismo ainda presente na sociedade do século XXI. Por que mesmo com os grandes avanços e direitos igualitários por lei ainda temos grandes sucessos de estereótipos na mídia? Como uma população que resulta de grandes avanços e conquistas sociais pode tornar-se alienada pelo poder da mídia?
             A mídia traz uma padronização estética, de costumes e atitudes, o que exclui a diversidade e fortalece o preconceito. Basta você ligar sua televisão e observar propagandas de cerveja, roupas, carros, que muitas vezes usam da mulher como objeto para atingir suas vendas. Como é o caso da ultima campanha publicitária da “Hope”, que traz a modelo Gisele Bündchen ensinando que o jeito certo de contar más notícias para o marido é de lingerie (e de preferência da marca “Hope”). O fato é que as mulheres não devem ser só ouvidas de lingerie, como é mostrado na propaganda.
            Há muitas propagandas que incentivam a divisão de costumes entre homens e mulheres, o que faz com que a mulher que goste de futebol ou o homem que é ligado à moda se sinta excluído, mesmo num país “igualitário” por lei. A “mulher Amélia” já ficou séculos atrás, hoje já sabemos que tanto um homem quando uma mulher pode liderar e governar um país com a mesma eficiência.
         Uma sociedade não pode ser conduzida pelo poder da mídia. Não podemos ser julgados pela nossa personalidade ou por não possuir um corpo estético padrão, igual ao da Gisele Bündchen. A diversidade é o que faz a vida se tornar mais interessante, diferente e livre. Estabilizar-se em um conformismo é ir contra qualquer avanço cultural ou tecnológico.
        O governo aposta em projetos como o “Prêmio - construindo a igualdade dos gêneros”, no qual alunos de escolas públicas ou privadas podem participar escrevendo redações sobre o tema. O vencedor recebe uma quantia de 10 mil para ser aplicado na ampliação e fortalecimento de ações promotoras da igualdade de gênero. Um projeto que estimula e fortalece a reflexão crítica e a pesquisa sobre as desigualdades existentes entre homens e mulheres no Brasil. É desligando a TV e participando de projetos como esse que muita coisa pode melhorar.


Tiros em Columbine

A minha parte favorita:

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domingo, 4 de setembro de 2011

Documentário




A Justiça no Brasil:
"Justiça", documentário de Maria Augusta Ramos, pousa a câmera onde muitos brasileiros jamais puseram os pés - um Tribunal de Justiça no Rio de Janeiro, acompanhando o cotidiano de alguns personagens. Há os que trabalham ali diariamente (defensores públicos, juízes, promotores) e os que estão de passagem (réus). A câmera é utilizada como um instrumento que enxerga o teatro social, as estruturas de poder - ou seja, aquilo que, em geral, nos é invisível. O desenho da sala, os corredores do fórum, a disposição das pessoas, o discurso, os códigos, as posturas - todos os detalhes visuais e sonoros ganham relevância. Em geral, nosso olhar é formado pela visão do cinema americano, os 'filmes de tribunal'. 'Justiça', sob esse aspecto, é um choque de realidade.

Ficha Técnica:
Título Original: Justiça
País de Origem: Brasil
Gênero: Documentário
Tempo de Duração: 107 minutos
Ano de Lançamento: 2004
Site Oficial:
http://www.justicaofilme.com
Estúdio/Distrib.: Mais Filmes
Direção: Maria Augusta Ramos

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

As melhores escolas estaduais de Osasco

Estou coletando dados para minha pesquisa de mestrado...
Você sabia que:

O IDESP é um indicador de qualidade das séries iniciais (1ª a 4ª séries) e finais (5ª a 8ª séries) do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Na avaliação de qualidade das escolas consideram-se dois critérios complementares: o desempenho dos alunos nos exames do SARESP e o fluxo escolar.
As três melhores escolas das cinquenta e duas escolas estaduais jurisdicionadas à Diretoria de Ensino Região Osasco que apresentaram as maiores notas de desempenho em Língua Portuguesa na 3ª série do ensino médio divulgadas no boletim IDESP 2010. Elas são: E.E Prof.ª Glória Azédia Bonetti (Jd. Bela Vista), com nota 3,6727, seguida da escola E.E Dr. Antônio Braz Gambarini (Jd, Veloso), que atingiu nota 3,5430 e, por fim, E.E Prof.º Benedito Caldeira (Jd. Jaguaribe) que apresentou nota 3,3340. Tais escolas também estão no ranking das sete melhores escolas da região que obtiveram o melhor desempenho geral no programa do IDESP do ano passado.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O descobrimento

"There was happiness in his father's heart because of his son who was thirsty for knowledge"

terça-feira, 26 de julho de 2011

O descontentamento

"Siddhartha had begun to feel the seeds of discontent within him"

"Siddahartha had one single goal - to become empty, to become empty of thirst, desire, dreams, pleasure and sorrow - to let the Self die"

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Siddhartha, de Hermann Hesse

              Hoje vou começar a refletir sobre o livro Siddhartha, escrito por Hermann Hesse. Li a primeira vez esse livro quando estava no 1º ano do Ensino Médio. Na época, ainda muito adolescente, lembro que o li muito rapidamente, na sala de aula mesmo, em alguns momentos de aula vaga. Alguma coisa na história de Sidarta me chamou a atenção. Aquele homem que andava mundo afora procurando respostas, buscando experiências com todos os tipos de pessoas e coisas me fazia lembrar de algum modo o meu heroi favorito desde a 7ª série; ele, o Holden Caulfield, de O Apanhador no Campo de Centeios (de J.D Salinger). Enfim, gostei do livro, apesar de na época as palavras significarem pouco para mim. Eu sabia que ali havia algo de muito precioso, mas teria eu que retornar uma próxima vez, para cultivar mais aquela terra, porque dali eu sentia que sairiam frutos, ou flores.
           Isso foi aos 15 anos. Apesar de nunca ter esquecido desse título, a oportunidade para relê-lo somente surgiu semana passada quando encontrei Siddhartha na livraria Barnes & Nobles em Nova York. Não hesitei! É esse!
           Siddhartha é mais que o retrato de uma jornada espiritual, é o retrato de um homem descobrindo a si próprio e enfrentando corajosamente o mundo e as diferenças. Sem preconceitos, sem conceber A Verdade a priori, Sidarta se abre para o mundo. Sedento pelo conhecimento, aprende a ouvir e a ser ouvido, aprende com o Budda, com as prostitutas, com as árvores e com os rios, para, por fim, ser capaz de tecer a sua própria filosofia de vida e conseguir o auto conhecimento.
            E Hesse me fascina com o pensamento e a religião oriental.
            Postarei todos os dias os fragmentos do livro que foram mais significativos para mim, os quais certamente dialogaram com todos aqueles que também têm dentro de si a semente do descontentamento...
          


terça-feira, 5 de julho de 2011

Poema by Chacal

Rápido e Rasteiro

Vai ter uma festa

que eu vou dançar

até o sapato pedir pra parar.

aí eu paro

tiro o sapato

e danço o resto da vida

"ART IS A GUARANTEE OF SANITY"

The two Fridas (1939)

Para saber mais: http://miriamsmilesbox.blogspot.com/2011/03/artes-plasticas-frida-kahlo-pintora.html

PINK FLOYD

Pink Floyd foi uma banda de rock britânica do século XX famosa pelas suas composições de rock clássico harmónico, pelo seu estilo progressivo e pelos espectáculos ao vivo extremamente elaborados. A origem do nome "Pink Floyd" deve-se à admiração do fundador Syd Barrett pela arte dos músicos Pink Anderson e Floyd Council, do blues.
É um dos grupos mais influentes na história do rock, além de um dos mais bem sucedidos, tendo vendido mais de 200 milhões de cópias de seus álbuns.[1][2] A produção The Dark Side of the Moon manteve-se no Top 100 Billboard de vendas durante mais de uma década. É também o grupo que mais tempo ficou nas paradas inglesas, ao todo são 911 semanas nas paradas.
Liderada pelo lendário cantor e compositor Syd Barrett, o grupo tinha um modesto sucesso na segunda metade da década de 1960 produzindo rock psicodélico. Problemas com as drogas, levaram a que Barrett fosse forçado pelos seus colegas da banda, a afastá-lo e substituí-lo pelo guitarrista e cantor David Gilmour.
Com a saída de cena de Barrett, o baixista e vocalista Roger Waters gradualmente tornou-se o líder e principal compositor do Pink Floyd. Esta fase foi marcada pela produção de álbuns conceituais como The Dark Side of the Moon (1973), Wish You Were Here (1975), Animals (1977) e The Wall (1979) --- álbuns que obtiveram êxito mundial, foram aclamados pela crítica especializada e figuraram em listas dos mais vendidos e populares em vários países.
Mas após o álbum, The Final Cut, (1983), o grupo separou-se. Em 1985, Waters declarou que o Pink Floyd estava extinto, mas os demais membros - agora liderados por Gilmour, mais o tecladista Richard Wright e o baterista Nick Mason -, após uma ação judicial (português europeu) ou briga judicial (português brasileiro), retomaram a banda com o nome oficial e seguiram gravando e se apresentando - com grande sucesso comercial - e, finalmente, fecharam um acordo com Waters.
Em 2 de julho de 2005 e pela primeira vez em 24 anos, a formação mais clássica do Pink Floyd voltou a tocar, para a sua maior plateia, no concerto Live 8, em Londres, Reino Unido. Em 15 de Setembro de 2008, o tecladista Richard Wright morreu, pondo um fim no sonho de um possível retorno dos Pink Floyd.
Em entrevista concedida ao jornal italiano La Repubblica[3] no dia 3 de fevereiro de 2006, Gilmour indicava o fim do Pink Floyd, declarando que o célebre grupo não produzirá qualquer novo material, nem voltará a reunir-se novamente. No entanto a possibilidade de se fazer uma apresentação similar ao Live 8 não foi descartada tanto por Gilmour[4] ou Mason.[5]

Wikipedia